22 de jul. de 2009

Prelúdio (Parte III) - O Desafio.

- É difícil – prosseguiu Chaleira Preta – controlar as lágrimas nascidas em meu coração quando os indico à missão. Não somente pela perda de Urso Magro, o que já seria motivo suficiente... Filhotes, aguardo ansioso o dia em que estarão preparados para entender o verdadeiro significado do que irei contar a vocês. A invasão de nossas amadas terras, lar de nossos antepassados, é apenas o início da corrupção a ser trazida por meio das forças da Serpente de Chifres e redes da grande Tecelã. Vocês certamente sabem do que falo, no entanto são incapazes de sentir o real dano causado por ambas as Malditas a nós, Garou. O rito de passagem, pequenos, terá esse objetivo: os expor ao mais doentio ambiente, fruto das duas forças. Lembrem-se de que será muito pior e exageradamente mais doentio do que tudo já descrito nas histórias assustadoras ouvidas por vocês...

Chaleira Preta respira fundo. Olha para cima, para a Lua, enquanto balbucia palavras para si mesmo, como se procurasse por inspiração para sua continuação.

- Filhotes, vocês já devem ter ouvido falar dos Fortes construídos aos montes pelos homem brancos recém-chegado às nossas terras, embora ainda não tenham conhecido um. Essas malditas construções, assim como aqueles fumaçentos cavalos de ferro e os compridos fios usados para comunicação são obras da enlouquecida Tecelã. Aqui perto há uma dessas estruturas: seu nome é Forte Bent. Os brancos de casaco-azul o ergueram a fim de manter suas provisões em segurança, enquanto saem à caçada de nossos parentes cheyennes e arapahos. O líder desse lugar em especial, Chefe-Estrelado “John”, era um homem muito, muito ambicioso. E, pequenos, isso nunca é bom. A Serpente de Chifres aproveitou-se dessa fraqueza e o corrompeu. Sim, os espíritos da Wyrm o possuíram, levando-o à loucura, bem como aos seus companheiros. Filhotes, aprendam uma coisa: O Grande Dragão ataca devido a interesses malignos e egoístas. Ele precisava do forte, pois um pouco adiante encontra-se um local sagrado: um caern de nosso Irmão-do-Meio, há muito guardado e respeitado por nós. O que ainda não consigo entender é como, COMO essa corrupção conseguiu ser tão avassaladora, tão destruidora a ponto de dominar o caern em pouquíssimo tempo.

A expressão do Meia-Lua deixa transparecer seu rio de dúvidas. Dúvidas, dúvidas... mas também, e principalmente, medo.

- Pequenos, saibam que deverão agir com cautela. São uma família agora e famílias ajudam-se mutuamente. O que esse seita os pede é que viajem ao caern corrompido e tentem resgatar a pureza do lugar. Avisarei-os, isso está longe de ser uma tarefa simples. Irá testá-los ao extremo. Porém, se realmente forem dignos de serem um Guerreiro de Gaia, conseguirão. Sejam sábios e honrados, pois somente dessa forma crescerão. Irmãos da Lua-Crescente, eu os convido a abrir a ponte que levará os filhotes próximo ao local de seu rito.

Dois lobos marrons de grande porte posicionam-se estrategicamente. Espalham folhas, proferem palavras... – Sigam seu caminho – diz Chaleira Preta, em frente ao portal.

Os filhotes parecem ainda não ter percebido a real importância – e o peso – de sua missão. Uivo-dos-Ventos parte primeiro, com o peito estufado. E com razão. Afinal, auxiliará seus amados irmãos Croatan, os quais embora não tenha conhecido foram a “segunda tribo” de seu pai. Garth o segue, seus cabelos ruivos cobrindo parte do rosto. John Doe, agora em sua forma lupina, nada agradável aos olhos, segue de cabeça baixa. Zareb e sua inseparável aura de mistério, por fim, adentram o caminho.

2 comentários:

Unknown disse...

Agora que a emoção vai começar!!! ainda pretendo ver minha apresentação e claro, minha grande luta contra o espiral....
está ótimo até agora

Walter disse...

muito bom o prelúdio espero ancioso pela continuação